domingo, 29 de janeiro de 2012


OGX, de Eike, inicia produção de óleo no mar da Bacia de Campos



De acordo com o comunicado, "o procedimento prevê a injeção prévia de produtos químicos no poço para tratamento preliminar do petróleo e gás a serem processados."
O fluxo de petróleo será incrementado gradualmente. A previsão da empresa é que até o fim do ano mais dois poços estejam em operação. A OGX é a primeira companhia privada brasileira a produzir petróleo no mar.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Kodak pede concordata nos EUA (Postado por Erick Oliveira)

A centenária companhia fotográfica Eastman Kodak apresentou perante um tribunal de Nova York um pedido de concordata para reorganizar seus negócios. A informação foi feita pela própria empresa, nesta quinta-feira (19), por meio de comunicado. "A companhia e suas subsidiárias nos EUA entram com pedido voluntário de 'proteção' ao Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos", afirmou em nota.
A Kodak pediu concordata depois de não ter conseguido levantar capital para financiar uma recuperação financeira de longo prazo. Com o pedido, a empresa pretende reforçar a liquidez nos Estados Unidos e no exterior, rentabilizar a propriedade intelectual não estratégica, solucionar a situação dos passivos e concentrar-se nos negócios mais competitivos.
Estratégia
Pioneira dos processos fotográficos, a Kodak foi fundada em 1888 com sede em Rochester (Nova York). Há décadas, porém, a empresa luta para lidar com a concorrência emergente no segmento fotográfico, o que se acentuou com o surgimento da tecnologia digital.
Sua cartada final - uma tentativa de se transformar em uma empresa que vende impressoras - revelou-se algo demasiadamente caro em meio às vendas em declínio do filme fotográfico e às caras obrigações pagas aos funcionários aposentados.
O pedido de concordata é um revés para o presidente executivo, o espanhol Antonio Perez, que assumiu o cargo de executivo-chefe da Kodak em 2005. Ele havia trabalhado por 25 anos na Hewlett-Packard Co., ajudando a contabilizar mais de US$ 7 bilhões em valor de mercado para a HP. Na Kodak, contudo, não conseguiu repetir o feito.
Incertezas sobre a estratégia utilizada por Perez para tentar levantar o setor de impressoras da empresa levanta questões sobre o destino dos cerca de 19 mil funcionários da companhia. A operação também representa riscos para os aposentados da Kodak, dando margens à possibilidade de a empresa tentar fugir de suas obrigações sobre as pensões e a assistência médica dos trabalhadores perante o Tribunal.
Financiamento
A empresa disse que obteve US$ 950 milhões em financiamento do Citigroup e que continuará a operar seus negócios. "A recuperação econômica da empresa visa impulsionar a liquidez nos EUA e no exterior, obter capital não estratégico proveniente de propriedade intelectual, equacionar os passivos herdados e permitir que a empresa se concentre em suas linhas de negócios mais valiosos", disse o comunicado emitido pela Kodak.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Empresas brasileiras vão ao Acre contratar imigrantes haitianos (Postado por Erick OLiveira)

Nos próximos dias, 40 haitianos que estão no Acre deverão fazer uma longa viagem de ônibus até a região de Cuiabá, em Mato Grosso, para trabalhar como ajudantes de pedreiro em um canteiro de obras da construtora mineira Urb Topo Engenharia, cuja sede fica em Contagem (MG). Para recrutá-los, o gerente de recursos humanos da construtora, Frederico Morais, passou três dias em Brasileia, cidade que se especializou em acolher os haitianos que, desde o ano passado, chegam ao Brasil em busca de emprego e melhores condições de vida depois do terremoto devastou o país e deixou mais de 250 mil mortos há exatos dois anos.
"Quando vimos reportagens sobre essas pessoas que precisavam de emprego, pensamos no projeto", afirmou ao G1 por telefone Morais, que diz que a ideia é vantajosa porque alia a oportunidade de ajudar os refugiados a uma solução para parte do problema de escassez de mão-de-obra que atinge o setor da construção civil.
O executivo ligou para o governo do Acre no dia 2 de janeiro em busca de orientação. Dias depois estava na praça central de Brasileia, onde sondava,  um a um, os imigrantes que aguardam documentação para regularizarem-se no Brasil com a seguinte proposta: salário de R$ 817, carteira de trabalho assinada, moradia e alimentação.
"O que daremos a eles são os mesmos direitos que damos aos funcionários brasileiros da mesma categoria", afirma o gerente, que voltou da viagem com uma avaliação positiva da experiência. "Eles são tranquilos, alegres, falam espanhol, francês e crioulo. Alguns falam português fluentemente", conta.
A iniciativa da construtora não é isolada. O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, estima que 2,7 mil haitianos já entraram no Brasil pelo Acre em busca de emprego desde fevereiro do ano passado. Destes, cerca de 900 continuam em Brasileia à espera da documentação para o trabalho: CPF e carteira de trabalho.
O interesse das empresas nos imigrantes nunca foi tão grande, de acordo com a secretaria; uma empresa de Porto Alegre está no Acre para recrutar 10 funcionários haitianos; outra companhia do próprio Acre procura 50 para atuarem em Cuiabá; um empresário de Viçosa (MG) quer dez maçariqueiros e dez soldadores vindos do Haiti.
Banco de talentos e fiscalização
Segundo Mourão, a maior parte dos trabalhadores que entrou no Brasil pelo Acre no ano passado foi absorvida para trabalhar nas obras das usinas de Jirau e Santo Antônio, no estado vizinho Rondônia, e na Porto Velho, onde o setor de construção civil está aquecido.
"Eles chegavam em grupos espontâneos mas nenhum para ficar no Acre, o sonho deles para trabalhar é São Paulo. E acontece o efeito "vai na frente, chama parente": eles encontram oportunidades e vão chamando outros", diz o secretário, responsável por coordenar a estrutura que o governo do estado preparou para apoiar os trabalhadores haitianos.
Segundo o secretário, a procura das empresas por funcionários haitianos cresceu tanto que uma equipe da secretaria vai para a Brasileia nesta sexta-feira (13) para começar montar uma espécie de banco de dados informal com os nomes e profissão de cada haitiano que está em Brasileia.  “Assim as empresas virão e já saberão quem está aqui. Assim não fica aquele tumulto, aquele recrutamento em praça pública como acontece agora".
Outro plano da secretaria é pedir que o governo federal ajude a fiscalizar como estão as relações trabalhistas entre as empresas e os haitianos que já foram contratados para trabalhar em outros estado
s; o pedido deverá ser feito na próxima quarta-feira (18), quando uma equipe do governo federal irá ao Acre para formalizar o acordo de assistência aos imigrantes no estado. Entrada no país
Em Brasileia, os haitianos recém-chegados recebem alimentação, hospedagem (em pousada onde cabem até 80 pessoas, precariamente", e assistência médica. Eles fazem exame para detectar Aids, cólera e outras doenças, além de tomar vacinas contra hepatite, tétano e febre amarela.
Nesta quinta-feira (12), o Conselho Nacional de Imigração, órgão ligado ao Ministério do Trabalho, aprovou nesta quinta-feira (12) a concessão de 1.200 vistos por ano para haitianos que pretendem migrar para o Brasil. O documento, válido por cinco anos, dá direito de o estrangeiro trabalhar e trazer a família para o país pelo mesmo período.
Custo, adaptação e decepçãoÉrico Tormem, diretor do grupo catarinense que fabrica piscinas de fibra de vidro Fibratec, foi o primeiro a contratar haitianos entre julho e setembro do ano passado, quando levou 25 do Acre para trabalharem em Chapecó.
Destes, 11 já saíram da empresa: alguns porque não se adaptaram ao trabalho. Mesmo assim, Tormem avalia a experiência como positiva e diz que pretende contratar até mais 20 pessoas vindas do Haiti, tão logo a documentação delas seja autorizada. "Parece que hoje já foram liberados mais sete, estamos esperando", diz.
Ele diz que o custo por trabalhador ficou mais barato para a empresa e, de julho do ano passado para janeiro deste ano, caiu de R$ 1500 para R$ 850 por funcionário haitiano. Ele estima que, de lá para cá, a empresa tenha investido um total de R$ 45 mil. "Montamos casas "onde os funcionários se organizam em repúblicas), compramos mobília, roupa de cama, cobertor".
Tormem diz que os trabalhadores haitianos em geral são educados e têm a prioridade de mandar dinheiro para suas famílias que ficaram no país ou na República Dominicana. Os salários oferecidos no Brasil, diz Tormem, costuma decepcioná-los. "Eles chegam pensando em ganhar algo entre US$ 1500 e US$ 2000. Eu estava conversando com um que trabalha conosco ontem e ele diz que a família dele pensa que ele está gastando o dinheiro aqui no Brasil em festas, porque ele consegue mandar bem menos do que esperava", conta o empresário, que oferece aos haitianos salário de R$ 850, mais adicional de insalubridade de 20% e uma cesta básica. A preferência da empresa é por haitianos que falam espanhol e tenham entre 27 e 35 anos.
"Eu acho que como o mundo está globalizado, não tem por que globalizarmos a relação com as pessoas também. Era preciso ter leis mais rígidas, e o Brasil apoiá-los para que não haja excesso de imigração, mas não podemos fechar as portas para eles", diz Tormem.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Empreendedores transformam grandes ideias em negócios de sucesso (Postado por Erick Oliveira)

Você é daqueles que vive sonhando em ficar rico e virar o seu próprio chefe? Não precisa ganhar na Mega Sena. Basta ter uma grande ideia e saber como transformá-la num grande negócio. Você vai ver agora que cada vez mais brasileiros estão nesse caminho de sucesso.

A decisão estava tomada: "naquele momento eu não podia mais vestir a camisa de ninguém. Tinha que vestir a minha camisa", lembra o empresário Mervyn Lowe.

Mervyn queria montar um negócio. Emerson, transformar uma ideia em produto: softwares com ilustrações em três dimensões para ajudar o professor a despertar o interesse dos alunos na sala de aula.

“Fazer uma boa ideia virar um negócio é outra boa ideia. E eu realmente não sabia. Eu só tinha a ideia de como fazer o produto, e não de como vendê-lo”, diz o empresário Emerson Hyppolito.

O encontro foi por acaso, mas a sociedade, quase na hora. Só faltava uma coisa: “Nós não tínhamos dinheiro. Quando eu sentei e comecei e levantar o plano de negócios, nós percebemos que faltava muito dinheiro”, conta Mervyn.

Quando ele disse ao banco que não teria como pagar os juros tão altos, ouviu do gerente: “’Se você for procurar dinheiro fora do Brasil, será mais barato’. Quando ele falou isso eu falei 'vou conseguir dinheiro de fora'”, acrescenta Mervyn.

Custou. Mas ele conseguiu um financiador americano. O começo foi dentro da Universidade de São Paulo, onde a empresa recebeu o apoio de especialistas. Hoje, o negócio tem endereço próprio. Exporta para 13 países. Até para a China.

“Hoje nós crescemos 400%”, revela Mervyn.

Nove anos, e os lucros finalmente foram colhidos e divididos entre os sócios e os 12 empregados. “Foi uma felicidade eu estar podendo fazer esse depósito. Inclusive hoje à noite é nosso jantar de comemoração”, diz Mervyn.

Foi duro. Mas eles só chegaram até aqui porque aprenderam uma coisa fundamental: o caixa da empresa é da empresa, não dos donos.

“Uma das questões mais básicas da mortalidade é quando a pequena empresa confunde as finanças pessoais com as finanças da empresa”, explica Luiz Barretto, presidente do Sebrae.

Até o ano 2000, a metade das novas empresas no Brasil fechava as portas antes de completar dois anos. Agora, 73% sobrevivem para comemorar. E isso porque hoje o empreendedor não é mais o desempregado que precisa inventar uma fonte de renda, mas alguém que está de olho nas oportunidades. Como o empresário Ubiratan Sales, de Salvador.

Ubiratan tinha emprego. Trabalhou 20 anos como representante de vendas de massas congeladas. Baiano, adora acarajé. Tanto que, quando viajava, levava o quitute, inclusive para os amigos. “Sempre que eu levava tinha problemas: não chegava bem, não chegava crocante”.

Aí ele teve uma ideia. Aproveitou a experiência e os contatos para lançar acarajé congelado. "Como eu já trabalhava com congelados, eu desenvolvi, junto com técnicos de alimentação, um acarajé congelado que pudesse ir para qualquer lugar do Brasil", conta.

Foram seis meses de pesquisas e cursos, com apoio de instituições que orientam de graça quem quer virar empreendedor. Ubiratan pegou o dinheiro que tinha guardado, R$ 80 mil, e montou uma fábrica. Começou com dez mil acarajés por mês, vendidos a supermercados, bares e restaurantes.

A aposta seguinte foi na venda direta ao consumidor. E, mais uma vez, entrou a pesquisa de mercado: um lugar movimentado, por onde passam baianos e turistas, que queiram comer acarajé, mas não na hora. Quer melhor lugar do que o aeroporto?

"Interessantíssimo. Estou levando para o meu cunhado, em Recife", aprova uma mulher.

Assim se vão 60 mil acarajés congelados por mês. Qual o segredo desse sucesso?

"Nós voltamos a estudar - tivemos o apoio de alguns órgãos - para poder realmente ser um empresário de sucesso e é o que realmente está fazendo a nossa empresa crescer, de pouquinho em pouquinho, mas com muita solidez", ensina Ubiratan.

O que é sempre mais fácil se você sabe onde está pisando.

“Você também tem que conhecer o seu negócio. Eu não vou me meter em um negócio que eu não tenho nenhuma afinidade, ou técnica ou pessoal. Essa é uma coisa que faz muita diferença”, aponta o presidente do Sebrae.

Três amigos que lidavam com computadores no Distrito Federal descobriram a riqueza escondida no lixo eletrônico. Todo mês, cinco toneladas de tecnologia ultrapassada viram dinheiro em uma empresa criada por dois técnicos e uma servidora pública.

“Tudo que é eletroeletrônico. Teclados, mouses, televisores, tudo”, explica o técnico João Victor.

Aparelhos desmontados, metais e plásticos separados de novo são matérias-primas. Para criar a técnica de reciclar materiais poluentes, os sócios pediram ajuda, conselho de especialistas e fecharam uma parceria com a Universidade do Rio Grande do Sul.

“Não consegue chegar a lugar nenhum se não tiver uma boa parceria, não tiver bom empreendedor do seu lado para te assessorar na questão da viabilidade financeira do seu plano de negócio”, afirma o empresário João Batista.

A ideia conquistou um prêmio de R$ 1 milhão, dado pelo Senai, para projetos inovadores. E tem funcionário de olho em uma promoção.

“Pretendo chegar a um cargo bem alto, de respeito, logicamente, e crescer profissionalmente cada vez mais”, revela o técnico Frank Lima.

Esse é o espírito. Quem é bom empregado, tem boas chances de ser um bom empresário.
Mesmo um trabalho simples, como preparar e montar sanduíches em uma rede de lanchonetes. Pouco criativo? Pouco qualificado? Há quem veja diferente. Por trás de cada hambúrguer, pense que há um modelo a ser seguido.

Leila Welez fez isso quando montou uma sociedade com Zica. Mas vamos contar essa história do começo, quando Zica se olhava no espelho, e não gostava do que via.

“Eu tinha o cabelo muito volumoso, muito crespo, muito armado. E o mercado não oferecia nada que pudesse tratar desse fio. Então foi aí que eu fui buscar o meu sonho”, diz a empresária Zica Assis. Ela fez curso de cabeleireira e partiu para a pesquisa. “Então foi a hora que eu comecei em casa a tentar fazer alguma coisa pelo meu fio. Misturando cremes, matérias-primas, até chegar a uma formulação base, que é o carro chefe do instituto. Já produzo industrialmente. São 250 toneladas por mês só de produtos para cabelos crespos e ondulados.”

E 12 salões, em três estados, que atendem quase 90 mil clientes por mês. “Nunca pensei que eu ia atender essa quantidade de pessoas. Levantar a autoestima das pessoas que precisam tanto. Porque o cabelo na mulher é tudo”, define Zica.

Para abrir o primeiro salão, o marido vendeu seu único bem: um fusca. E o produto inovador descoberto por Zica tomou a dimensão de rede por causa da inovação administrativa pensada pela sócia, a empresária Leila Welez. A lição que ela trouxe da rede de lanchonetes onde trabalhou.

“A gente queria transformar aquele conceito de dividir o serviço em etapas, e fazer com que cada etapa fosse realizada por um especialista, em um negócio adaptado para beleza”, conta.

A linha de montagem adaptada ao salão de beleza deu tão certo que Leila foi fazer faculdade e se especializou em estratégia para dar conta do crescimento.

“O empreendedor é uma pessoa muito apaixonada pelo negócio que ele faz. E como ele é apaixonado, ele quer sempre estar melhorando, e para ele poder melhorar. Ele tem que se capacitar, tem que sair um pouco da zona de conforto dele”, comenta Natasha Hazan, diretora de Expansão e Novos Negócios da Endeavor.

“Não tem limite”, afirma Leila. “O potencial é o limite que você dá para o seu sonho. Então eu acho que sonhar pequeno ou sonhar grande dá o mesmo trabalho. Eu tenho certeza que a gente está só no começo da estrada.”