quarta-feira, 27 de julho de 2011

Após erro em máquina, empresa se inspira em ilha para criar marca (Postado por Erick Oliveira)

Foi da paradisíaca ilha de Phuket, na Tailândia, que veio a inspiração para o nome das coloridas meias Puket, criadas há 23 anos em São Paulo pelos irmãos e sócios Adolfo e Cláudio Bobrow. Hoje presente em 5 mil pontos de venda e com 92 franquias de lojas em todo o país, não dá para imaginar que a marca, contudo, foi decidida às pressas em dois dias, após um equipamento chegar errado e mudar o rumo da companhia, que havia sido planejada para a fabricação apenas de meias infantis, com o nome 'João e Aninha' e o logotipo de uma joaninha.
(Para ajudar futuros empreendedores, o G1 publica, ao longo desta semana, uma série com 5 etapas para abrir uma empresa.)
Em 1988, para colocar a ideia inicial em prática, os empresários esperavam apenas a chegada da máquina de confecção das meias para crianças, encomendada da Itália, para iniciar a produção. Quando o equipamento chegou, contudo, ambos levaram uma surpresa ao verem que o fornecedor enviara, por engano, uma máquina para fabricação de meias para adultos.

“Mandaram uma [máquina] que só fazia diâmetro grosso, tinha que fazer meia soquete para mulher (...). Não dava para mandar a máquina de volta, ia ser uma burocracia enorme e a gente tinha contas a pagar”, revela Cláudio.

Com o equipamento errado em mãos, os dois optaram por fazer um novo plano de ação e resolveram apostar em meias femininas para adultos, diz o empresário. O nome, contudo, precisou mudar. “Meu irmão tinha acabado de estar na ilha de Phuket, que é super linda, tem um astral legal (...), passa toda a energia positiva da marca. Foi um pouco da sorte do acaso”, afirma.

O caso de sucesso das meias Puket revela o quanto ter uma “inspiração” pode ajudar na hora de escolher o nome da empresa. A dica de especialistas é que a palavra seja, de preferência, curta e fácil de ser lembrada pelos clientes.

PosicionamentoPara José Roberto Martins, da Global Brands, o principal antes de estabelecer o nome é definir o posicionamento da empresa e quais espaços de mercado ela irá preencher. “O que ajuda muito na escolha é focar os benefícios”, diz.

terça-feira, 26 de julho de 2011

BRF divulga lista de instalações e ativos que serão vendidos (Postado por Erick Oliveira)

A Brasil Foods divulgou nesta terça-feira (26) unidades industriais e outros ativos que serão vendidos em decorrência do Termo de Compromisso e Desempenho (TCD) firmado em 13 de julho com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que aprovou a fusão de Sadia e Perdigão, resultante na companhia BRF - Brasil Foods S.A..
Entre os ativos que serão vendidos estão as unidades industriais de São Gonçalo dos Campos (BA), Bom Retiro do Sul (RS), Lages (SC), Salto Veloso (SC), Duque de Caxias (RJ), Santa Cruz do Sul (RS), Três Passos (RS) e Brasília (DF); além da venda parcial de operações das unidades industriais de Carambeí (PR) e Várzea Grande (MT). Está prevista ainda a venda de equipamentos industriais de Valinhos (SP).
A companhia não informou, no entanto, o prazo limite para alienação das unidades. A BRF também não divulgou nenhuma avaliação do valor dos ativos.
Somadas toda as restrições impostas pelo Cade e a suspensão da venda de produtos das marcas Perdigão e Batavo, a companha estima um impacto de cerca de R$ 3 bilhões no faturamento anual da companhia, o que corresponde a 11,6% do volume da BRF e a 13,1% da receita operacional líquida no ano de 2010.
No último dia 21, a Excelsior Alimentos informou a data de 13 de março de 2012 como limite para a Sadia apresentar ao Cade documento vinculativo da sua alienação. Essa data não necessariamente será aplicada para as outras empresas.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Usuários do Google+ compartilham 1 bilhão de itens por dia (Postado por Erick Oliveira)

Usuários da rede social Google+, a nova rede social do Google, compartilham em suas páginas mais de 1 bilhão de itens diariamente, segundo a empresa. O site, que esterou no dia 28 de junho, já possui 10 milhões de pessoas, de acordo com o CEO da companhia, Larry Page.
O executivo afirma também que o botão "+1", o equivalente ao "Curtir" do Facebook, é clicado cerca de 2,3 bilhões de vezes por dia.
Durante conferência para acionistas na quinta-feira (14), Page disse também que mais de meio milhão de celulares com sistema operacional Android são ativados diariamente no mundo e que 160 milhões de internautas utilizam o navegador Chrome.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

BRF e Cade selam acordo e fusão entre Sadia e Perdigão é aprovada (Postado por Erick Oliveira)

O relatório do conselheiro do Cade Carlos Ragazzo, apresentado no início de junho, havia defendido o veto à fusão entre Sadia e Perdigão alegando que a concentração de mercado da BRF geraria aumento de preços de alimentos e de inflação. Desde então, BRF e Cade fizeram 12 reuniões até chegarem ao acordo.Acordo
O acordo aprovado pelo Cade prevê a suspensão da venda de produtos da marca Perdigão, entre eles presunto, pernil, tender, linguiça e paio (3 anos), salame (4 anos) , lasanhas, pizzas e congelados (5 anos).
Além disso, a Batavo terá que suspender a venda, por quatro anos, de produtos derivados de carnes processadas, entre eles hambúrgueres e salsicha. A BRF também fica obrigada a alienar cadeias completas de produção, incluindo dois abatedouros de frangos e outros dois de suínos.

O acordo prevê ainda a proibição de que a BRF lance novas marcas para substituir aquelas que estão sendo suspensas.

De acordo com o conselheiro do Cade Ricardo Ruiz, as alienações equivalem à produção de 730 toneladas/ano de alimentos ou 80% da produção da Perdigão voltada ao mercado brasileiro. A decisão não afeta as exportações da BRF.
Ruiz apontou que as medidas aplicadas pelo Cade pretendem ser uma vacina contra concentrações econômicas da BRF em mercados "problemáticos" e visam dar a oportunidade de entrada de uma terceira empresa com condições de competir no setor e de ser uma verdadeira concorrente da BRF.
Voto contrário
O conselheiro Carlos Ragazzo manteve seu voto contrário à fusão. Ele lembrou trecho de seu relatório que aponta que a tendência dos consumidores, com a ausência de produtos da Perdigão, é migrar para os da Sadia, e que a o acordo não garante competitividade no setor.

Na avaliação de Ragazzo, marcas como Batavo não têm condição de competir com a BRF e apenas a alienação da Perdigão seria capaz de tirar mercado da BRF e trazer competição para o setor.
Reunião
Representantes da BRF e conselheiros do Cade lados estiveram reunidos até pouco depois das 21h desta terça-feira acertando os últimos detalhes do acordo para evitar que o órgão antitruste vetasse a fusão.
A fusão entre Sadia e Perdigão foi anunciada em 2009, mas as negociações entre a BRF e o Cade se intensificaram a partir do início de junho passado, quando relatório apresentado pelo conselheiro do Cade Carlos Ragazzo pediu o veto à operação, alegando que a concentração econômica da empresa resultaria em aumento de preços de alimentos e da inflação.
Em seu relatório, Ragazzo afirmava que a união entre as empresas, principais produtoras de alimentos congelados e processados no país, cria um “cenário extremamente danoso” para o consumidor brasileiro, com aumento de preços, geração de inflação e comprometimento do poder de compra das famílias das classes C e D.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Diniz diz que conselho da Wilkes é o fórum adequado para debater fusão (Postado por Erick Oliveira)

O empresário Abilio Diniz divulgou nesta terça-feira (12) comunicado sobre a reunião do Conselho de Administração do Casino, em Paris, que votou de forma unânime contra a operação de fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour.
Segundo Diniz, "o âmbito para a deliberação da proposta não é o Conselho do Casino, mas sim o Conselho de Administração da Wilkes", holding controladora do Pão de Açúcar. A reunião do conselho da Wilkes está marcada para o dia 2 de agosto, em São Paulo.
O empresário voltou a defender a proposta de fusão e disse que pretende debater e apresentar detalhadamente os méritos do projeto "no fórum adequado".
"Os estudos apresentados na reunião [do Casino] são pouco consistentes e não retratam a realidade do setor de varejo brasileiro e mundial. Os estudos apresentados pelos investidores foram relegados a segundo plano", informou o comunicado.
A Wilkes é a empresa que abriga o Casino e a família Diniz, com participações de 50% cada. Hoje, a Wilkes tem participação no capital total do Pão de Açúcar de 25,2%.
Na prática, a fusão precisa de consenso entre Jean-Charles Naouri, do Casino, e Abílio Diniz para se tornar realidade.
Há duas semanas, o Carrefour anunciou ao mercado que recebeu da empresa brasileira Gama, que pertence ao fundo BTG Pactual, uma proposta de fusão de ativos no Brasil com os da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), holding que detém as lojas do Pão de Açúcar,Compre Bem e Extra.
Quase uma semana depois do anúncio, o conselho de administração do Carrefour se declarou favorável à fusão. Em comunicado divulgado no dia 4 de julho, a rede francesa afirmou que a fusão aumentaria a exposição do Carrefour a mercados crescentes e o projeto está “totalmente em linha com a estratégia de aumentar sua presença nos principais mercados emergentes”.
Confira a íntegra da nota do comunicado de Diniz:
"O empresário Abilio Diniz participou da reunião do Conselho de Administração do Casino, em Paris, na França, realizada nesta terça-feira (12.07). Abilio Diniz reafirmou seu apoio à proposta apresentada por GAMA/BTG Pactual, de associação do Carrefour com o Pão de Açúcar e se absteve da votação durante o encontro. O empresário reitera que o âmbito para a deliberação da proposta não é o Conselho do Casino, mas sim o Conselho de Administração da Wilkes, holding controladora do Pão de Açúcar. A reunião está marcada para o dia 2 de agosto, em São Paulo.

Abilio Diniz avalia que os estudos apresentados na reunião são pouco consistentes e não retratam a realidade do setor de varejo brasileiro e mundial. Os estudos apresentados pelos investidores foram relegados a segundo plano. No fórum adequado, a reunião do Conselho da Wilkes, Diniz pretende debater e apresentar detalhadamente os méritos da proposta. Como fundador e responsável pelo desenvolvimento do Grupo Pão de Açúcar, o empresário brasileiro reafirma que a associação prevista entre Carrefour e Pão de Açúcar será uma oportunidade excepcional para o grupo Pão de Açúcar e gerará ganhos para todos os acionistas incluindo Casino, criando uma companhia maior, mais eficiente e lucrativa".

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Marca Webjet deverá desaparecer caso compra pela Gol seja aprovada (Postado por Erick Oliveira)

O presidente da Gol Linhas aéreas, Constantino de Oliveira Junior, afirmou nesta segunda-feira (11) que a marca Webjet deverá desaparecer no futuro, caso a compra da companhia pela Gol seja concretizada e aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).  Em teleconferência para detalhar o negócio, o executivo disse que não vê perspectiva de aumento de tarifas nem demissões por causa da aquisição, e que a intenção da Gol é renovar a frota da Webjet.
“Deverá se extinguir a marca Webjet, ficar com a marca Gol, e isso não implicaria aumento de custo por essa operação”, disse Oliveira Junior, em teleconferência para detalhar o negócio. Ele diz que ainda não comunicou oficialmente o Cade sobre o negócio; pela lei, o órgão regulador precisa ser avisado em até 15 dias do anúncio.
A Gol anunciou na sexta-feira (8) acordo de compra da Webjet, quarta maior companhia aérea do mercado brasileiro. O negócio ainda depende da aprovação dos órgãos reguladores para se tornar realidade e foi fechado em  R$ 311 milhões, dos quais cerca de R$ 96 milhões serão pagos aos atuais sócios e R$ 200 milhões são dívidas da Webjet com bancos. Segundo Leonardo Pereira, vice-presidende financeiro da Gol, os principais credores da Webjet são os bancos Bradesco, Safra e Citibank; as dívidas vencem até 2015.
Tarifas
De acordo com a previsão de Constantino Oliveira Junior, a aquisição não deverá resultar em aumentos de tarifas para o consumidor. "Entendemos que com a compra da Webjet a Gol se fortalece, passa a ter condições de oferecer mais serviços, tornar o serviço mais atraente por um custo baixo para os nossos clientes", disse o executivo, que afirmou que o processo de consolidação do setor é uma "tendência mundial' e não traz prejuízos ao consumidor.
"É muito importante conseguir escala, se tornar menos suscetível ao preço do petróleo ou à oscilação da demanda. (...) No mundo desenvolvido existe a concentração e não significa que o consumidor seja prejudicado", avaliou.

O empresário citou que, mesmo quando o mercado brasileiro era dominado por somente duas companhias (TAM e Gol), o preço médio das passagens não deixou de decrescer ao longo dos anos.
Renovação da frotaSegundo o executivo, a Gol pretende renovar a frota da Webjet para adequá-la aos padrões atuais da Gol, que tem 115 aeronaves Boeing Next Generation 737-700 e 737-800, mais modernas que os 24 Boeing 737-300 atualmente operados pela Webjet.
"Estamos imaginando que se o Cade  e a Anac aprovassem hoje a operação, por exemplo, poderíamos renovar toda a frota em 18 a 24 meses", estimou.
Para Constantino, o fato de as duas companhias operarem Boeings deve baratear o custo de treinamento de pessoal na renovação. "Torna bem mais barato o treinamento dos tripulantes, conseguiremos renovar a frota sem grandes investimentos em pessoal", estima.
Além disso, avalia o executivo, o custo de operação das companhias por assento é parecido. "Não teremos que fazer uma reestruturação grande  para que consigamos imprimir o ritmo da Gol naquilo que hoje é a frota da Webjet", estima.
Integração
A ideia, segundo Constantino, é manter as duas marcas até que o negócio seja aprovado pelas autoridades e, a partir daí, iniciar o processo de integração. Segundo o executivo, tal integração seria possível porque as duas empresas atuam no segmento de baixa tarifa.
A estimativa da companhia é de que a integração gere sinergia de R$ 100 milhões em dois anos após a aprovação do negócio.
Milhagens
 O executivo afirmou que a Gol pretende solicitar ao Cade que parte das operações das duas companhias seja integrada mesmo antes da aprovação final do negócio pelo órgão.
"Vamos solicitar ao Cade a possibilidade de fazer acordo de codeshare (compartilhamento de voos entre as duas companhias)  tão logo como possível. Mas depende do Cade", afirmou. Outro ponto a ser solicitado pela Gol antes do veredito final do órgão regulador é o de permitir que clientes Webjet possam pontuar no programa de milhagens Smiles, da Gol.

“Pretendemos ampliar o programa Smiles para os clientes da Webjet com as mesmas regras da Gol”, afirmou o executivo, que destacou que a definição das regras ainda depende de autorização do Cade.
Demissões
Constantino Oliveira Junior disse ainda que a empresa não prevê demissões em caso de concretização do negócio, porque a Webjet já tem um quadro de funcionários que ele definiu como "enxuto", sem excesso de funcionários e com um nível de terceirização mais alto que da Gol.
"Por ter um quadro tão enxuto não acredito que haja um processo de demissão, pelo contrário, a gente tem condições de à medida que renovar a frota e tornar mais  o processo da Webjet mais produtivo nos permitirá provavelmente continuar o processo de contratação que já temos hoje", disse.
SimilaridadesPara Constantino, as características similares  entre Gol  e Webjet favorecem o negócio, como o fato de as duas se dedicarem ao segmento de tarifas de baixo custo e de trabalharem  com aeronaves da Boeing.
"A Webjet tem a mesma proposta que Gol, operação enxuta, tarifas competitivas, facilitaria integração da companhia", diz.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Gol anuncia negociação com Webjet (Postado por Erick Oliveira)

A Gol informou nesta sexta-feira (8) que está em tratativas com a Webjet, sem especificar qual seria o teor das negociações. Desde o início da tarde, rumores dão conta de que a empresa aérea, a segunda maior do país, estaria negociando a compra da concorrente.
Os rumores impulsionam as ações da Gol. Por volta das 15h, os papéis preferenciais da companhia registravam alta de 4,40%, a R$ 19,94. No mesmo horário, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, caía 1,19%.
A  Webjet pertence ao empresário Guilherme Paulus, acionista minoritário, fundador e presidente do conselho de administração da operadora de turismo CVC. Paulus é o único acionista da Webjet. Em janeiro do ano passado, o empresário vendeu participação de 63,6% da CVC para o grupo norte-americano Carlyle.
Leia a íntegra do comunicado:
"Fato Relevante
GOL Anuncia que está em Tratativas com a Webjet
São Paulo, 08 de julho de 2011 – A GOL Linhas Aéreas Inteligentes S.A. (BM&FBovespa: GOLL4 e NYSE: GOL), (S&P/Fitch: BB-/BB-, Moody`s: Ba3) (“Companhia”), a maior companhia aérea de baixo custo e baixa tarifa da América Latina, em atendimento às disposições da Instrução CVM n.° 358/2002 (“ICVM 358”), comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que está em tratativas com a Webjet Linhas Aéreas S.A (“Webjet”) e que, havendo qualquer Fato Relevante necessário, este será anunciado ao mercado."

A informação de que o negócio será realizado foi divulgada pela "Aero Magazine", publicação voltada ao segmento aeronáutico.
Partticipação das companhias
A Webjet é a quarta maior companhia aérea do país, com 5,16% do fluxo de passageiros em voos domésticos em maio, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil. A Gol, a segunda maior empresa brasileira, teve 35,39% da demanda doméstica em maio. Juntas, as duas empresas responderam por 40,55% do mercado brasileiro.
A TAM, por sua vez, ficou com 44,43% do mercado nacional em maio. A Webjet interessaria à Gol, entre outros motivos, por causa dos horários de pouso e decolagem (slots, no jargão do setor) em aeroportos que já estão com sua capacidade no limite, como o Aeroporto Internacional de Guarulhos (Cumbica) e Santos Dumont, no Rio.
A negociação da Gol com a WebJet ocorre depois que a TAM, líder no mercado brasileiro e que está em vias de se fundir com a chilena LAN, anunciou em março a compra de 31% da Trip, sexta maior empresa do setor no país, reforçando sua atuação em mercados de média densidade de passageiros.
Valorização
De acordo com a analista de investimento da corretora SLW, Rosângela Ribeiro, a alta é um movimento atípico, já que os papéis da companhia, avalia, estavam desvalorizados nos últimos dias.
"As ações da Gol estavam muito baratas, excessivamente descontadas. Por isso que, mesmo sem a confirmação do negócio, sem saber se comprou mal ou bem, de onde a Gol vai tirar o dinheiro, o mercado já está subindo porque era a justificativa que faltava para valorizar a ação”, diz a analista.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Casino diz que não abrirá mão do direito de controlar Pão de Açúcar (Postado por Erick Oliveira)

O grupo varejista francês Casino informou nesta quarta-feira (6) que, como maior acionista do Pão de Açúcar, "vai analisar os documentos que está recebendo" sobre a proposta de fusão com o Carrefour para tomar uma decisão na próxima assembleia de acionistas da Wilkes, controladora do Pão de Açúcar, marcada para 2 de agosto.
O Casino destaca que comprou em 2005 o direito a ter o controle do Pão de Açúcar a partir de 2012 e que "não abrirá mão deste direito".
O presidente do grupo varejista francês, Jean-Charles Naouri, se reuniu na segunda-feira (4) com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, na sede do banco estatal, no Rio de Janeiro, para discutir a proposta e a participação do banco.
Segundo o Casino, o banco estatal reafirmou no encontro o posicionamento de que o apoio à  fusão se baseia "na premissa do entendimento amigável" entre os sócios.
O grupo francês lembrou que nas últimas duas semanas aumentou a sua participação no Pão de Açúcar em cerca de 10%, saltando de 33% para 43%, investindo U$ 1,2 bilhões na companhia.
O Casino tem classificado de hostis as intenções do Carrefour com a operação de fusão com o grupo brasileiro.  Na segunda-feira, o conselho do Carrefour aprovou o plano de união de suas operações brasileiras com o Pão de Açúcar.
O projeto prevê a fusão dos ativos brasileiros do Carrefour com os da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD). A proposta foi apresentada na segunda-feira (27) pela empresa brasileira Gama, que pertence ao fundo BTG Pactual, do investidor André Esteves, com o apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O Casino é o principal rival do Carrefour na França e critica o fato de Abilio Diniz ter iniciado negociações sem ser comunicado, já que divide o controle do Pão de Açúcar através da holding Wilkes e detém 43% de participação no grupo brasileiro.

'Expropriação'
O diretor-presidente do Grupo Casino, Jean-Charles Naouri, disse em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” que a estratégia do empresário - e seu sócio - Abílio Diniz para obter a fusão é uma “expropriação”. Ele afirmou ainda que o Grupo Pão de Açúcar era, em 1999, um negócio medíocre e usou palavras como “traição” e “insultante” para definir o impasse atual.
Segundo o jornal, Naouri afirmou que seu sócio violou mais do que um acordo de acionistas e falou em má-fé.
Naouri disse ao presidente do BNDES, na segunda-feira (4), que a visão do projeto de Diniz parece ter sido elaborada em contradição com os acordos de acionistas. “Encaramos isso como uma forma de expropriação do Casino, cujos direitos haviam sido estabelecidos em contratos em 2005”, disse.
Sobre a possibilidade de acordo, o diretor-presidente do Casino afirmou que a posição ainda será comunicada. “É uma negociação complexa a ser feita e nos parece que está sendo assentada numa base estratégica errada”.
Naouri disse que “assumir o controle do grupo não é um objetivo, é o contrato”. Segundo ele, o objetivo é fazer o Pão de Açúcar crescer de maneira proveitosa e rentável, em favor dos acionistas, dos clientes e dos fornecedores.
A reação do Casino foi contundente, inclusive recorrendo a arbitragem, ao entender que a negociação de fusão era secreta. Abílio Diniz nega ter havido descumprimento legal do acordo. “A negociação secreta foi um ato ilegal. Naturalmente, não está em conformidade com as boas práticas e a ética nos negócios”.
Naouri afirmou que foi procurado por Diniz para rever o acordo que prevê a transferência de controle para o Casino. “Há dois anos, Diniz disse que gostaria de renegociar o acordo. Eu respondi que tudo é possível de ser conversado. Há um ano, Diniz me disse que gostaria que eu não tomasse o controle em 2012. Eu lhe disse que seria muito difícil aceitar, depois de ter investido US$ 2 bilhões, esperado 13 anos e pago duas vezes o prêmio de controle. Disse que não era possível. Ele disse que teria outras alternativas. O clima ficou difícil até a reunião do dia 15 de abril, quando pedi ao senhor Diniz que dissesse com quem negociava. Ele se negou e disse que não tinha outra escolha a não ser brigar”.
Segundo Naouri, Diniz evocou a ideia de comprar sua participação. “Eu disse que essa proposta era insultante. Não somos um sócio financeiro. Somos uma empresa internacional de distribuição de alimentos, temos uma estratégia e queremos continuar com ela.”
Ao ser perguntado se ele se sentia traído, Naouri afirmou: “quando soube da questão da traição, do que ele fazia e negociava, fiquei muito desapontado”.
Por último, Naouri falou se valeu a pena ou não fazer negócio com Diniz. “Considero que fiz muito bem em investir em 1999, quando o Brasil ainda não era o que é hoje em dia e o Grupo Pão de Açúcar era um negócio medíocre, que saía de uma quase falência. Quando Diniz procurou no mundo inteiro investidores, eu fui aquele que aceitou. Fiz essa aposta e estou muito contente com o desenvolvimento do Pão de Açúcar e do Brasil”.
Ameaças veladasEm entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", o presidente do Casino reafirmou que Abilio Diniz queria mudar o acordo de acionistas para manter o controle do Pão de Açúcar há dois anos e disse que teria feito ameaças veladas se a resposta fosse negativa.
Segundo Naouri, em entrevista, o presidente do conselho do Pão de Açúcar procurou o sócio francês, pela primeira vez, em 2009, época da compra do Ponto Frio e das Casas Bahia. Um ano depois, Diniz disse que queria manter o controle do Pão de Açúcar, alegando que a situação da empresa, após as fusões, era superior à de quando foi comprada pelo Casino, em 2005, de acordo com o jornal.
Naouri contou que viu Abilio Diniz pela última vez em 15 de abril, quando soube que estava em Paris. "Ele não nos contou que estava lá. Soubemos por terceiros. Então perguntei a ele: você está negociando alguma coisa? Com quem? Ele respondeu: 'Não tenho nada a dizer a você'."
Procurado pelo jornal, Diniz negou que tenha procurado o presidente do Casino para se manter no controle do Pão de Açúcar.
Guerra judicialQuestionado pelo jornal "O Globo", em entrevista, sobre a possibilidade de se uma guerra judicial ter início, o presidente do Casino afirmou: "Não procuramos uma guerra judicial, não se pode inverter o papel de agressor e agredido. Nós somos a vítima".

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Carrefour aprova fusão; Casino faz novo pedido contra Abilio (Postado por Erick Oliveira)

A varejista francesa Casino anunciou nesta segunda-feira (4) que abriu na última sexta-feira (1º) um  segundo pedido de arbitragem na Câmara de Comércio Internacional (ICC, na sigla em inglês) contra seu sócio brasileiro Abílio Diniz.
Por meio de comunicado, o Casino afirmou que abriu o pedido "para garantir o respeito dos procedimentos estabelecidos pelo acordo de acionistas de 27 de novembro de 2006" na Companhia Brasileira de Distribuição (CBD).
Nesta segunda, o conselho de administração do grupo francês de distribuição Carrefour se declarou favorável à fusão com a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) Pão de Açúcar, líder do setor no Brasil.
O Casino reiterou seu compromisso com o Grupo Pão de Açúcar (CBD), que é controlado pela família Diniz, e disse confiar na diretoria da empresa brasileira.
"Como acionistas desde 1999, o Grupo Casino tem continuamente apoiado o crescimento e o desenvolvimento do CBD", destacou o Casino no comunicado.
O Casino, um dos mais importantes acionistas da CBD, que precisa aprovar o negócio, não aceita a fusão. Na semana passada aumentou em 6,2% sua participação nesta empresa, da qual controla agora 43,1% das ações direta e indiretamente através da Wilkes, holding conjunta com a família Diniz.
O projeto, estimulado pela empresa brasileira Gama, prevê a fusão dos ativos brasileiros do Carrefour com os da CBD Pão de Açúcar para formar uma sociedade conjunta com partes iguais e uma participação da Gama no Carrefour.
A operação permitiria uma sinergia estimada entre 600 e 800 milhões de euros em um ano (entre 871 e 1,161 bilhão de dólares), segundo o Carrefour. A nova entidade teria um volume de negócios de 30 bilhões de euros em 2011.