terça-feira, 30 de agosto de 2011

Drogaria São Paulo e Pacheco anunciam fusão (Postado por Erick Oliveira)

A Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco anunciaram nesta terça-feira (30) a fusão dos negócios de varejo farmacêutico das duas companhias e a criação da Drogarias DPSP S.A. (“DPSP”).
Segundo comunicado das empresas, a "nova companhia nasce como a maior empresa varejista de produtos farmacêuticos e 7ª maior rede de varejo do país, com receita bruta combinada de R$ 4,4 bilhões nos 12 meses encerrados em junho de 2011, 691 lojas e presença em 5 estados brasileiros".
O anúncio da fusão ocorre após a união da Drogasil e da Droga Raia, anunciada no dia 2 de agosto como líder absoluta do varejo farmacêutico brasileiro. A fusão criou a Raia Drogasil - rede com 720 lojas (362 da Droga Raia e 358 da Drogasil) em nove estados e R$ 4,1 bilhões de receita bruta.
"Com a operação, foi criada uma nova companhia, mais forte e competitiva com operações altamente complementares. As marcas “Drogaria São Paulo” - líder no estado de São Paulo - e “Drogarias Pacheco”- líder no estado do Rio de Janeiro serão mantidas", afirmam em comunicado.
A gestão da nova companhia será compartilhada entre o Grupo Carvalho e o Grupo Barata, que terão iguais poderes na definição e implementação das estratégias da companhia. A nova empresa terá como presidente do Conselho de Administração Samuel Barata e será presidida por Gilberto Martins Ferreira.

O Pátria Investimentos e o escritório Machado Meyer atuaram como assessores financeiro e legal respectivamente da Drogaria São Paulo. O Banco Espírito Santo e o escritório Pinheiro Neto trabalharam para a Drogarias Pacheco.
Drogaria São Paulo
Com 68 anos de atuação, a Drogaria São Paulo é hoje a 2ª maior rede de varejo farmacêutico do Brasil, com cerca de 348 unidades em operação nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, segundo informou a companhia. A rede faturou R$ 2,2 bilhões em 2010 e atende mais de 6 milhões de clientes por mês.

Drogarias Pacheco
A Drogarias Pacheco é uma empresa com quase 120 anos de atuação que comercializa medicamentos e produtos de higiene e beleza com presença líder em todo o estado do Rio de Janeiro. A companhia tem 343 lojas, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. A Drogarias Pacheco informa ter obtido em 2010 faturamento de R$ 1,8 bilhão, com cerca de 7 milhões de clientes atendidos por mês.

domingo, 28 de agosto de 2011

Dirceu compara revista brasileira a diário inglês fechado por praticar escutas ilegais

27/8/2011 15:15,  Por Redação - de São Paulo
Dirceu
José Dirceu foi ministro no governo Lula

Capa de uma revista semanal de grande circulação no país, neste fim de semana, o ex-ministro José Dirceu deverá ingressar com uma ação judicial contra a editora da publicação, ligada a grupos de ultradireita no Brasil e no exterior, por crime contra os direitos individuais do cidadão.  

Dirceu afirma que, “depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade”.

– Houve a prática de um crime, no momento em que ele (o repórter Gustavo Nogueira Ribeiro) tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília – afirmou Dirceu ao Correio do Brasil.

Segundo o ministro, a publicação iniciou um “verdadeiro ardil” nesta quarta-feira, quando o jornalista Gustavo Ribeiro se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto em que normalmente se hospeda.


– Uma vez alojado no hotel, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta.

O repórter não contava, porém, com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão.

Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida, ainda por cima.

O hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial – disse.


Nova tentativa

Ainda na tentativa de seguir os passos do ex-ministro-chefe da Casa Civil, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o repórter se fez passar por assessor da Prefeitura de Varginha junto à administração do hotel, e insistia em em deixar no quarto “documentos relevantes”, relata Dirceu.

– Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada que preencheu com seu verdadeiro nome.

O golpe não funcionou porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos” – acrescentou.

De acordo com o ex-ministro, “os procedimentos de Veja se assemelham ao escândalo recentemente denunciado na Inglaterra, do tablóide News of the World“.

– O diário inglês tinha como prática para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais.

O jornal acabou fechado, seus proprietários respondem a processo, jornalistas foram demitidos e presos – lembrou.

O ex-deputado petista e líder guerrilheiro contra a ditadura militar, durante os Anos de Chumbo, viu-se novamente diante da prática utilizada por agentes da repressão enquanto um outro repórter da mesma revista,

Daniel Pereira, buscava invadir sua privacidade, já no dia seguinte, após a publicação obter, de maneira a ser explicada no curso do processo-crime, as imagens de personalidades do mundo político e empresarial recebidos por ele, em trânsito pelo hotel.

– No meio da tarde da quinta-feira, depois de toda a movimentação criminosa do repórter Ribeiro para invadir meu apartamento, foi a vez de outro repórter da revista entrar em contato com minha assessoria, com o argumento de estar apurando informações para uma reportagem sobre minhas atividades em Brasília – pontuou.


Invasão de privacidade

“O jornalista Daniel Pereira se achou no direito de invadir minha privacidade e meu direito de encontrar com quem quiser e, com a pauta pronta e manipulada, encaminhou perguntas por e-mail já em forma de respostas para praticar, mais uma vez, o antijornalismo e criar um factóide”, escreveu nesta sexta-feira, em seu blog, o ex-ministro.

As perguntas enviadas pela revista foram:

“1 – Quando está em Brasília, o ex-ministro José Dirceu recebe agentes públicos – ministros, parlamentares, dirigentes de estatais – num hotel.
 Sobre o que conversam? Demandas empresariais? Votações no Congresso? Articulações políticas?

“2 – Geralmente, de quem parte o convite para o encontro – do ex-ministro ou dos interlocutores?

“3 – Com quais ministros do governo Dilma o ex-ministro José Dirceu conversou de forma reservada no hotel? Qual o assunto da conversa?”


Farsa

Diante da movimentação constatada ao longo da semana, o ex-ministro soube também, por diversas fontes, “que outras pessoas ligadas ao PT e ao governo foram procuradas e questionadas sobre suas relações comigo. Está evidente a preparação de uma farsa, incluindo recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus direitos”, disse.

– Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades.

Essa revista notoriamente se transformou em um antro de práticas antidemocráticas, a serviço das forças conservadoras mais venais – concluiu.


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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

mercado de tecnologia Ações da Apple caem após saída de Jobs (Postado por Erick Oliveira)

Steve Jobs.

Em Seul, os concorrentes sul-coreanos da Apple registraram alta nesta quinta-feira. As ações da Samsung Electronics, cujo tablet Galaxy compete com o iPad, ganharam 2,4%. A LG Electronics também subiu 1,27%.

Para Greg Roh, analista do banco HMC Investment Securities, os próximos três ou quatro anos serão vitais para os concorrentes da Apple após o fim da era Jobs. “As empresas tecnológicas sul-coreanas terão que trabalhar muito neste período crucial para alcançar ou superar a Apple”, disse.
Steve Jobs anunciou oficialmente na quarta-feira que está deixando o comando da Apple. O cargo de CEO será ocupado por Tim Cook, vice-presidente operacional e que comandou a empresa durante os períodos de licença médica de Jobs.
Após o anúncio, as ações da Apple ficaram instantes sem serem negociadas no "after market". Na volta das negociações, as ações caíam 5,2%, para US$ 356,67.
O "after market" permite a negociação de ações por meio de sistema eletrônico, após o horário regular do pregão.
Jobs, 56 anos, fundador da empresa e que voltou para comandar a Apple em 1997 após ter deixado a companhia em 1985, se submeteu a uma cirurgia para retirada de tumor maligno no pâncreas em agosto de 2004. No primeiro semestre de 2009 e em janeiro de 2011, o empresário tirou licenças médicas para cuidar da saúde. Em ambas as ocasiões, Cook ficou no comando da empresa criadora do iPhone e do iPad.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dona da Zara revisará condições trabalhistas de fornecedores no Brasil (Postado por Erick Oliveira)

O grupo Inditex, proprietário da marca Zara, vai revisar em colaboração com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Brasil o sistema de produção de seus fornecedores no país para garantir que não haja exploração dos funcionários, informou nesta quinta-feira (18) a companhia espanhola.
Ao todo, as autoridades brasileiras emitiram 52 autos de infração contra duas subcontratadas que produzem roupas e fornecem para a Inditex no Brasil, onde as costureiras trabalhavam em condições degradantes.
"Esse caso representa uma grave infração ao Código de Conduta para Fabricantes e oficinas externas da Inditex, que esse fabricante havia assumido contratualmente', afirmou a multinacional têxtil, que lembrou que o código estipula a máxima proteção aos direitos dos trabalhadores.
A companhia espanhola exigiu ao fornecedor responsável pela subcontratação irregular que reverta à situação imediatamente.
O fornecedor assumiu as compensações econômicas aos trabalhadores e vai corrigir as condições trabalhistas de sua terceirizada "para situá-las ao nível no qual estão as instalações auditadas e aprovadas pelas inspeções correspondentes da Inditex".
A Inditex conta no Brasil com cerca de 50 fornecedores estáveis que somam mais de 7 mil empregos e, conforme a companhia, seu sistema de auditoria social permite assegurar que as condições de trabalho na cadeia de produção têm "um nível geral ótimo".
O grupo espanhol agradeceu a atuação do ministério e sua disponibilidade em colaborar na promoção de melhores condições para a indústria têxtil do país.
Os expedientes foram emitidos após as inspeções realizadas em duas oficinas que fabricam roupa para a empresa AHA, que fornece 90% de sua produção à empresa espanhola.
Condições precáriasAutoridades brasileiras identificaram nesses ateliês, que também serviam de moradia, ao menos 15 costureiras, entre elas uma adolescente, que trabalham em condições precárias, com jornadas superiores a 12 horas e recebiam salários entre R$ 246 e R$ 458.
Inditex, proprietário de marcas como Zara, Massimo Dutti e Pull & Bear, tem presença em 78 mercados de cinco continentes, com mais de 5,2 mil lojas.
No ano passado, foram abertas as primeiras lojas do grupo na Bulgária, Índia e Cazaquistão, e em 2011 a Inditex entrou na Austrália.
A previsão é que antes do final do ano, a multinacional estabelecida na região espanhola da Galícia (norte) entre na África do Sul, Taiwan e Peru.
Em 21 de junho, Inditex se transformou no primeiro grupo têxtil do mundo depois da capitalização na bolsa, ao alcançar os US$ 38,5 bilhões, superando o grupo sueco H&M.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mais de 25 mil sul-coreanos se reúnem para processar Apple (Postado por Erick Oliveira)

Mais de 25 mil usuários de iPhone na Coreia do Sul iniciaram um processo coletivo nesta quarta-feira (17) contra a Apple pela suposta violação de privacidade em um recurso de localização do aparelho.

Segundo o escritório de advocacia Miraelaw, o advogado Kim Hyung-Suk obteve um milhão de wons (US$ 933) de indenização em junho, a primeira paga pela Apple na Coreio do Sul. Desde então, Kim começou a preparar uma demanda coletiva contra a Apple, ação que concretizou nesta quarta-feira (17) ao reunir 26.691 usuários que exigem um milhão de wons (US$ 926) cada, o que projeta o valor da ação em torno de US$ 26 milhões.“Apresentamos a demanda exigindo uma indenização à filial sul-coreana da Apple pelo dano emocional causado pelo sistema de rastreamento e localização do iPhone”, afirma o escritório em um comunicado. O processo corre no tribunal de Changwon, em Seoul.

Em maio, a Apple atualizou o software utilizado no iPhone para corrigir os problemas que resultaram no armazenamento de dados sobre a localização dos usuários durante mais de um ano. A Coreia do Sul tem três milhões de usuários de iPhone.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ex-sacoleiro monta bar no Morro da Providência e quer atrair 'gringos' (Postado por Erick Oliveira)

Em um dos pontos mais altos do Morro da Providência, no Centro do Rio de Janeiro, de onde se tem uma vista privilegiada da Baía de Guanabara e da Zona Portuária, fica o bar Welcome. O dono, bastante conhecido na favela, prefere não revelar o nome, mas apenas a alcunha pelo qual ficou conhecido: “Carlinhos 70!” Mas por quê? “É por causa do ano em que nasci: 1971!"
Na série sobre formalização nas favelas, o G1 vai contar as histórias de empreendedores nas comunidades pacificadas do Rio de Janeiro.
Depois da pacificação, em março do ano passado, o Welcome tornou-se um dos locais mais frequentados por gente de fora do Morro da Providência - da Zona Sul carioca, inclusive -, que vai curtir as festas de sexta-feira e o visual panorâmico lá de cima. “As pessoas se sentem mais seguras para subir. A festa ficou mais cheia, e tive divulgação até do poder público”, conta Carlinhos.
Carlinhos 70 é empreendedor desde criança: aos 7 anos de idade, vendia doces do Dia de Cosme e Damião. “O comércio está no sangue. É um dom que Deus me deu”, ressalta. Aos 12 anos, começou a vender alho e limão em uma feira-livre. Aos 21, após uma temporada na Paraíba com a família, se tornou sacoleiro. “Eu comprava no Paraguai e revendia em três barracas espalhadas pela cidade: na Praça Saens Peña, na Uruguaiana e na Central do Brasil. Cheguei a ter três funcionários”, conta. Paralelamente, Carlinhos vendia óculos de sol e biscoito nas praias cariocas.
“Nunca gostei de trabalhar com carteira assinada para ninguém. O salário-mínimo do Brasil é para miserável. Não paga nem o que meu neto gasta por mês”, critica Carlinhos 70. Os dois negócios acabaram por conta de fiscalização. “Na estrada, fui pego pela polícia com uma quantidade de mercadoria acima da cota permitida. Na praia, desisti de trabalhar depois que a prefeitura colocou mais guardas na areia”, conta.
Em 2000, com 29 anos, ele montou o Welcome, que só foi formalizado dez anos depois, em novembro de 2010. “Eu sempre quis trabalhar legalmente, mas nunca deram oportunidade, ou a devida atenção. Eu nunca paguei água, nem luz. A gente não era gente. Eles não nos viam como seres humanos, mas como favelados. Só que favelado também é gente”, desabafa Carlinhos, reclamando da ausência do poder público na comunidade por anos a fio.
Agora, com os projetos que estão sendo feitos na comunidade, Carlinhos 70 já pode planejar o futuro. “O Sebrae veio à favela e trouxe a oportunidade para a gente se formalizar. Em cima do bar, quero construir sete quartinhos para receber gringos”, detalha ele.
De vendedora de quentinhas a dona de pensão
Quem também soube aproveitar a pacificação da Providência foi Ana Maria dos Santos, proprietária da Pensão Sabor de Ana's, popularmente conhecida como “Pensão da Kat”. “Quando era adolescente, não gostava de Maria. Então, vi escrito ‘kat’ em algum lugar, gostei e adotei: Ana Kat”, recorda.
O apelido deu sorte à pensão, e das “sete a dez quentinhas” que vendia por dia, quando ainda cozinhava em casa, hoje Ana Maria vende, diariamente, em média, 50 refeições no restaurante, além de fornecer 150 quentinhas a moradores da comunidade e a funcionários de uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, realizada no entorno da favela.
Aos 49 anos, Ana Maria mora desde os 15 no Morro da Providência. Já trabalhou como ascensorista, atendente do McDonald’s, auxiliar de serviços gerais, auxiliar de produção metalúrgica, em campanha eleitoral e já foi até uma espécie de faz-tudo em um barracão de escola de samba. A primeira experiência como empreendedora foi há oito anos, quando abriu uma birosca no alto da favela. “Eu queria tentar ganhar mais dinheiro e ficar mais perto da minha filha”, recorda. Mas o bar não crescia, e nunca chegou a ser formalizado.
Há cerca de um ano, Ana Maria começou a preparar as quentinhas. “Quando ocorreu a pacificação, já fiquei de olho nas obras que iriam ser feitas. Sempre participei das reuniões na associação de moradores. Sabia que alguma coisa iria conseguir”, conta ela. Entre os cursos oferecidos pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e pela UPP Social, Ana Maria fez os de “Empreendedorismo” e “Técnico Básico Administrativo”.
‘Não preciso mais do Bolsa Família’
No evento Empresa Bacana, realizado em conjunto por vários órgãos públicos e capitaneado pelo Instituto Pereira Passos (IPP), do município, e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Ana Maria se registrou como Microempreendedor Individual (MEI) para “fornecimento de refeição externa”.
Então, ela vendeu a birosca e a casa onde morava e se mudou para mais perto do asfalto, onde montou a pensão. “Quando abri, foi com a cara e a coragem. Peguei dinheiro emprestado com conhecidos”, conta. Ela recorda que o marido também a ajudou muito “Ele me deu R$ 1,5 mil para comprar mantimentos e R$ 2 mil para comprar o bufê, onde cabem oito pratos ao todo. Paguei em três vezes a ele”, recorda. “Em um momento bom da minha vida, Deus me tirou ele”, emociona-se Ana Maria, que não contém as lágrimas ao lembrar-se do marido, um dos responsáveis pelo sucesso da pensão, falecido em maio deste ano.
“Tem dias que o salão está lotado e tem fila de espera para comer aqui”, orgulha-se Ana Maria. “Por isso, quero expandir para o terraço”, planeja. Ao final da entrevista, a empreendedora revela outro motivo para comemorar: não precisar mais do Bolsa Família, programa do governo federal de ajuda às famílias pobres. “Não preciso mais fazer o recadastramento. Hoje, já posso andar com as minhas próprias pernas”, finaliza.
Cabeleireira reclama de valor de impostos
Apesar de já trabalhar há seis anos como cabeleireira, dentro de casa, no alto do Morro da Providência, Rosineide da Silva Almeida nunca pensou em se formalizar. “Sinceramente, nunca fui perguntar. Não pago água, nem luz, então, me acomodei. E, se fosse pagar impostos, ia prejudicar minha renda”, conta Rosineide, de 37 anos, nascida e criada na favela. “Só o imposto pago à Vigilância Sanitária custa R$ 91 por mês”, critica.
Os equipamentos que Rosineide utiliza, no quintal de casa, foram doados por Maria Helena, vice-presidnete da AMMP, que também é cabeleireira. “Eu dei uma cadeira, um lavatório e um espelho, pois tinha tudo isso em dobro lá em casa. O importante é a gente se ajudar”, conta Maria. Antes de se tornar cabeleireira, Rosineide trabalhou por mais de dez anos como auxiliar de serviços gerais, com carteira assinada. “Eu saí por causa da minha filha, para ficar mais perto dela”, conta. Ela resolveu, então, fazer curso de corte de cabelo. “Sempre estou me especializando. Já fiz cursos de alisamento e de escova definitiva”, complementa.
A pacificação da comunidade não empolgou Rosineide. Ao contrário, ela está preocupada com a possibilidade de ser desapropriada, devido às obras de urbanização na favela. “Além dos impostos, outro motivo para não me formalizar é a incerteza de ter um local de trabalho definitivo”, explica. “Caso eu tenha que sair do morro, vai ser difícil comprar uma casa. No máximo, consigo um apartamento, mas não vou ter como trabalhar nele. Vou ter que trabalhar em salão. Não é o que quero, mas não vou ter opção”, resigna-se.
'Morro da Providência precisa acordar para as oportunidades’
Apesar de mais de um século de existência, o Morro da Providência ainda não acordou para as novas possibilidades criadas pela pacificação, segundo a vice-presidente da Associação dos Moradores do Morro da Providência (AMMP), Maria Helena dos Santos. “A comunidade tem que acordar porque esta é uma oportunidade única. Daqui a pouco, pessoas de fora vão tomar conta”, alerta.
Segundo Maria Helena, a favela tem uma grande carência de comércio e serviços em geral, que pode acabar sendo explorada por empreendedores de fora da comunidade. “Não temos padaria, mercearia ou mercado. Nos bares, só se vende café, açúcar, macarrão, arroz, óleo, e tudo é mais caro por causa do carreto feito até o alto do morro. Uma Coca-Cola de dois litros custa R$ 7”, conta ela.
“Todos os meses, fazemos reuniões com os comerciantes para ver o que podemos melhorar. Mas ainda sinto que a comunidade está dormindo”, observa.
A vice-presidente destaca que, com a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Providência, vários empreendedores da comunidade conseguiram se formalizar e até expandir os negócios. “Está mais fácil para tirar os documentos, mas ainda estamos tentando mais incentivos do poder público, pois tem muita cozinheira sem condições de montar uma cozinha, e cabeleireiras e manicures que não podem comprar lavatórios ou cadeiras”, conta ela.
“O Carlinhos é um dos poucos na favela que está começando a acordar. Mas o restante da comunidade não pode continuar dormindo”, conclui a vice presidente da AMMP, Maria Helena.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Presidente mundial do Carrefour está no Brasil (Postado por Erick Oliveira)

Lars Olofsson chegou ao Brasil na manhã desta segunda-feira (15) para tranquilizar os funcionários do Carrefour. Desde o anúncio da possível fusão com Pão de Açúcar, há dois meses – que praticamente se desfez com a saída do BNDES do acordo –, e os rumores de uma possível venda da operação brasileira para o Wal-Mart,  o quadro de diretores da empresa vive um clima de forte insegurança.
Segundo relato de pessoas próximas à diretoria-geral do Carrefour no Brasil, Olofsson, sueco que comanda a empresa desde 2009,  vem dizer aos brasileiros que o grupo não está à venda e que o país é estratégico para o negócio dar certo.
O Carrefour no Brasil vem passando por uma reestruturação há dois anos, sob o comando de Luiz Fazzio. O executivo trocou a maioria quase absoluta da diretoria executiva que estava na empresa com o ex-dirigente, Jean-Marc Pueyo. Fazzio é conhecido por sua aversão à imprensa e tem se recusado a dar qualquer declaração sobre a situação da empresa no Brasil.
A reestruturação provocou muitas demissões e redução de quadros. Mas, segundo fontes, muitas cadeiras de diretoria de segunda linha continuam vazias porque não está fácil encontrar quem queira trabalhar na empresa. O motivo é a insegurança com o futuro do Carrefour no país.
Essa insegurança vem sendo alimentada pela falta de comunicação dentro do próprio grupo. Lars Olofsson estava de viagem marcada para o Brasil há dois meses, mas acabou desistindo quando o acordo de fusão com Pão de Açúcar ganhou repercussão muito negativa em função da participação do BNDES no processo, com investimento de mais de R$ 4 bilhões.
A assessoria de imprensa de Olofsson nega que ele terá qualquer encontro com Abilio Diniz ou alguém ligado ao acordo de fusão com grupo brasileiro. Lars Olofsson fica no Brasil dois dias e volta para a França, onde ainda tem o enorme desafio de manter o Carrefour operando acima do vermelho.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Gol tem prejuízo de R$ 358,7 milhões no 2º tri e faz recompra de ações (Postado por Erick Oliveira)

Um cenário de aumento da competição no mercado doméstico atrelado a uma alta no custo de combustível fez a Gol encerrar o segundo trimestre com um prejuízo quase sete vezes maior ante o mesmo período de 2010.
A segunda maior companhia aérea do país teve prejuízo líquido de R$ 358,7 milhões, contra resultado negativo um ano antes de R$ 51,9 milhões e lucro líquido no primeiro trimestre de R$ 110,5 milhões.
A companhia, que no final de junho cortou drasticamente a previsão de margem de lucro operacional em 2011, anunciou ainda um programa de recompra de até 10% de suas ações preferenciais. No ano até o final de julho, os papéis da empresa acumularam desvalorização de 51,8%.
"Essa iniciativa tem como objetivo maximizar a criação de valor para os acionistas em razão da cotação atual das ações da companhia no mercado", afirmou a Gol no anúncio da recompra, que é válida por um ano a partir desta sexta-feira (12). Segundo o preço de fechamento da ação na véspera, de R$ 10,34, a empresa pode gastar cerca até R$ 98,16 milhões.
Diante do resultado negativo e sinais de que o custo com combustível continuará alto, o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Jr., afirma no balanço que a empresa tomou medidas para cortes de custos que devem ter impacto completo no final de 2012.
"Após a implantação de todas as iniciativas em curso, estima-se uma redução de cerca de R$ 650 milhões de despesas (...) Com as medidas em implementação, a companhia deverá voltar a dar retorno adequado aos seus acionistas, já em 2012", afirma o executivo.
No trimestre passado, a geração de caixa da Gol medida pelo Ebitdar (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves) ficou negativa em R$ 67,6 milhões de abril a junho, contra resultado positivo de R$ 274,2 milhões um ano antes. A margem despencou de 17,2 para índice negativo de 4,3%.
"O resultado negativo ocorreu em função do acirramento da competição no mercado doméstico brasileiro que acarretou na queda em 1,5% na receita líquida na comparação anual, adicionalmente ao cenário de pressão dos custos operacionais", afirma a Gol no balanço.
Com o incremento da concorrência, a Gol viu seu yield (indicador referencial do preço de passagens aéreas) cair 13,8% sobre o segundo trimestre de 2010 e 8,2% sobre os três primeiros meses do ano. Com isso, a tarifa média caiu de R$ 194,6 no segundo trimestre do ano passado para R$ 167,6 de abril a junho. Nos três primeiros meses do ano, a tarifa média havia sido de R$ 198,2.
A empresa acrescentou que as despesas subiram 19,8% sobre o segundo trimestre do ano passado, puxadas pelos custos com combustível, que dispararam 27,8%.
Diante da alta no custo de combustível, a Gol decidiu no segundo trimestre devolver aeronaves de baixa performance de consumo, o que acabou ampliando o prejuízo do período.
WebjetNo dia 8 de julho, a Gol comunicou que fechou acordo para compra da Webjet. O valor do negócio é de cerca de R$ 311 milhões, dos quais cerca de R$ 96 milhões serão pagos aos atuais sócios.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Quartos de hotel na Áustria são instalados dentro de canos de esgoto (Postado por Erick Oliveira)

O hotel Das Park, localizado na Áustria, chama a atenção de turistas e cidadãos locais. Construído em um parque, os quartos do estabelecimento foram instalados dentro de canos de esgoto com três metros de profundidade cada. Todos são equipados com cama de casal, travesseiros e cobertores de lã. Banheiro e restaurante ficam em uma área comum a todos os hóspedes.

O Das Park funciona no sistema “Pay As You Wish”, que permite que os hóspedes escolham quanto desejam pagar por cada diária. Assim, cada pessoa ou casal pode pernoitar até três noites no local. As reservas devem ser feitas no site do hotel.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Banco do Brasil tem lucro de R$ 3,357 bilhões no 2º trimestre (Postado por Erick Oliveira)

O Banco do Brasil fechou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido melhor que o esperado, com expansão de 23,2% sobre um ano antes, a R$ 3,357 bilhões.
O resultado ficou acima da previsão média de 10 analistas consultados pela Reuters, de R$ 2,957 bilhões. Em bases recorrentes, o lucro obtido entre abril e junho foi de R$ 3,23 bilhões, montante 38,8% maior em 12 meses e alta de 10,5% contra a primeiro trimestre do ano.
No final de junho, a carteira de crédito da maior instituição financeira do país era de R$ 383,38 bilhões, um acréscimo de 17,4% em 12 meses. O avanço foi puxado pelos empréstimos corporativos, em alta de 21,4%, para R$ 191,2 bilhões, com destaque para a carteira de empresas de pequeno e médio porte.
Financiamentos
Os financiamentos para o varejo tiveram expansão de 21,2% sobre junho de 2010, a R$ 122,56 bilhões, tendo à frente os financiamentos para veículos, que deram um salto de 34,1%.
O BB registrou uma melhora na qualidade da carteira, já que o índice de inadimplência da carteira, medida pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, ficou em 2%, menor do que os 2,1% do fim do primeiro trimestre e que os 2,7% na comparação anual.
As provisões para perdas esperadas com calotes somaram R$ 3,05 bilhões, um salto de 15,9% sobre o montante reservado no trimestre anterior, e 6,1% a mais na comparação ano a ano.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido recorrente foi de 26,6%, ante 24,8% de janeiro a março e dos 26,5% do segundo trimestre do ano passado.
No fim de junho, os ativos totais do grupo somavam R$ 904,15 bilhões, um incremento de 19,6% na comparação com o fim do primeiro semestre de 2010.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Foxconn planeja trocar trabalhadores por 1 milhão de robôs, diz jornal (Postado por Erick Oliveira)

A Foxconn, maior fabricante mundial terceirizada de celulares, montadora de aparelhos como o tablet iPad e o iPhone, além de videogames, planeja substituir a força de trabalho humana por robôs. Segundo o jornal China Business News e o site Xinhuanet, a companhia taiwanesa quer incluir 1 milhão de máquinas em suas linhas de montagem dentro de 3 anos, substituindo os trabalhadores destes locais.
O principal motivo para o uso de robôs, segundo Terry Gou, CEO da Foxconn, em declaração ao jornal, é "reduzir custos com encargos trabalhistas e melhorar a eficiência nas linhas de produção".
A decisão da Foxconn destaca a tendência crescente de automação na indústria chinesa, à medida que questões trabalhistas como grandes greves e suicídios de operários surgem para criar problemas em empresas de setores que vão de automóveis à tecnologia.
Os robôs serão usados em serviços de rotina como pintura, solda e montagem de aparelhos, atividades que são realizadas atualmente por trabalhadores. A companhia, que tem 10 mil máquinas em operação, pretende aumentar este número para 300 mil em 2012 e para 1 milhão nos próximos três anos.
As fábricas da Foxconn na China possuem cerca de 1 milhão de empregados. Suicídios de funcionários fizeram com que clientes da empresa como HP, Apple e Sony abrisse uma investigação para avaliar como são as práticas trabalhistas da companhia. Em maio, uma explosão na fábrica de Chengdu, matou três pessoas e feriu outras 16.
"Os salários dos trabalhadores vêm crescendo tão rápido que algumas empresas já não suportam", disse Dan Bin, administrador de fundos na Eastern Bay Investment Management, de Shenzhen.
"A automação é a tendência geral em muitos setores da economia chinesa, como o eletrônico. Algumas empresas também podem considerar transferir suas linhas de produção ao exterior, mas isso é mais fácil de falar do que de fazer, já que a cadeia de suprimento está aqui", acrescentou.