segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Empreendedores transformam grandes ideias em negócios de sucesso (Postado por Erick Oliveira)

Você é daqueles que vive sonhando em ficar rico e virar o seu próprio chefe? Não precisa ganhar na Mega Sena. Basta ter uma grande ideia e saber como transformá-la num grande negócio. Você vai ver agora que cada vez mais brasileiros estão nesse caminho de sucesso.

A decisão estava tomada: "naquele momento eu não podia mais vestir a camisa de ninguém. Tinha que vestir a minha camisa", lembra o empresário Mervyn Lowe.

Mervyn queria montar um negócio. Emerson, transformar uma ideia em produto: softwares com ilustrações em três dimensões para ajudar o professor a despertar o interesse dos alunos na sala de aula.

“Fazer uma boa ideia virar um negócio é outra boa ideia. E eu realmente não sabia. Eu só tinha a ideia de como fazer o produto, e não de como vendê-lo”, diz o empresário Emerson Hyppolito.

O encontro foi por acaso, mas a sociedade, quase na hora. Só faltava uma coisa: “Nós não tínhamos dinheiro. Quando eu sentei e comecei e levantar o plano de negócios, nós percebemos que faltava muito dinheiro”, conta Mervyn.

Quando ele disse ao banco que não teria como pagar os juros tão altos, ouviu do gerente: “’Se você for procurar dinheiro fora do Brasil, será mais barato’. Quando ele falou isso eu falei 'vou conseguir dinheiro de fora'”, acrescenta Mervyn.

Custou. Mas ele conseguiu um financiador americano. O começo foi dentro da Universidade de São Paulo, onde a empresa recebeu o apoio de especialistas. Hoje, o negócio tem endereço próprio. Exporta para 13 países. Até para a China.

“Hoje nós crescemos 400%”, revela Mervyn.

Nove anos, e os lucros finalmente foram colhidos e divididos entre os sócios e os 12 empregados. “Foi uma felicidade eu estar podendo fazer esse depósito. Inclusive hoje à noite é nosso jantar de comemoração”, diz Mervyn.

Foi duro. Mas eles só chegaram até aqui porque aprenderam uma coisa fundamental: o caixa da empresa é da empresa, não dos donos.

“Uma das questões mais básicas da mortalidade é quando a pequena empresa confunde as finanças pessoais com as finanças da empresa”, explica Luiz Barretto, presidente do Sebrae.

Até o ano 2000, a metade das novas empresas no Brasil fechava as portas antes de completar dois anos. Agora, 73% sobrevivem para comemorar. E isso porque hoje o empreendedor não é mais o desempregado que precisa inventar uma fonte de renda, mas alguém que está de olho nas oportunidades. Como o empresário Ubiratan Sales, de Salvador.

Ubiratan tinha emprego. Trabalhou 20 anos como representante de vendas de massas congeladas. Baiano, adora acarajé. Tanto que, quando viajava, levava o quitute, inclusive para os amigos. “Sempre que eu levava tinha problemas: não chegava bem, não chegava crocante”.

Aí ele teve uma ideia. Aproveitou a experiência e os contatos para lançar acarajé congelado. "Como eu já trabalhava com congelados, eu desenvolvi, junto com técnicos de alimentação, um acarajé congelado que pudesse ir para qualquer lugar do Brasil", conta.

Foram seis meses de pesquisas e cursos, com apoio de instituições que orientam de graça quem quer virar empreendedor. Ubiratan pegou o dinheiro que tinha guardado, R$ 80 mil, e montou uma fábrica. Começou com dez mil acarajés por mês, vendidos a supermercados, bares e restaurantes.

A aposta seguinte foi na venda direta ao consumidor. E, mais uma vez, entrou a pesquisa de mercado: um lugar movimentado, por onde passam baianos e turistas, que queiram comer acarajé, mas não na hora. Quer melhor lugar do que o aeroporto?

"Interessantíssimo. Estou levando para o meu cunhado, em Recife", aprova uma mulher.

Assim se vão 60 mil acarajés congelados por mês. Qual o segredo desse sucesso?

"Nós voltamos a estudar - tivemos o apoio de alguns órgãos - para poder realmente ser um empresário de sucesso e é o que realmente está fazendo a nossa empresa crescer, de pouquinho em pouquinho, mas com muita solidez", ensina Ubiratan.

O que é sempre mais fácil se você sabe onde está pisando.

“Você também tem que conhecer o seu negócio. Eu não vou me meter em um negócio que eu não tenho nenhuma afinidade, ou técnica ou pessoal. Essa é uma coisa que faz muita diferença”, aponta o presidente do Sebrae.

Três amigos que lidavam com computadores no Distrito Federal descobriram a riqueza escondida no lixo eletrônico. Todo mês, cinco toneladas de tecnologia ultrapassada viram dinheiro em uma empresa criada por dois técnicos e uma servidora pública.

“Tudo que é eletroeletrônico. Teclados, mouses, televisores, tudo”, explica o técnico João Victor.

Aparelhos desmontados, metais e plásticos separados de novo são matérias-primas. Para criar a técnica de reciclar materiais poluentes, os sócios pediram ajuda, conselho de especialistas e fecharam uma parceria com a Universidade do Rio Grande do Sul.

“Não consegue chegar a lugar nenhum se não tiver uma boa parceria, não tiver bom empreendedor do seu lado para te assessorar na questão da viabilidade financeira do seu plano de negócio”, afirma o empresário João Batista.

A ideia conquistou um prêmio de R$ 1 milhão, dado pelo Senai, para projetos inovadores. E tem funcionário de olho em uma promoção.

“Pretendo chegar a um cargo bem alto, de respeito, logicamente, e crescer profissionalmente cada vez mais”, revela o técnico Frank Lima.

Esse é o espírito. Quem é bom empregado, tem boas chances de ser um bom empresário.
Mesmo um trabalho simples, como preparar e montar sanduíches em uma rede de lanchonetes. Pouco criativo? Pouco qualificado? Há quem veja diferente. Por trás de cada hambúrguer, pense que há um modelo a ser seguido.

Leila Welez fez isso quando montou uma sociedade com Zica. Mas vamos contar essa história do começo, quando Zica se olhava no espelho, e não gostava do que via.

“Eu tinha o cabelo muito volumoso, muito crespo, muito armado. E o mercado não oferecia nada que pudesse tratar desse fio. Então foi aí que eu fui buscar o meu sonho”, diz a empresária Zica Assis. Ela fez curso de cabeleireira e partiu para a pesquisa. “Então foi a hora que eu comecei em casa a tentar fazer alguma coisa pelo meu fio. Misturando cremes, matérias-primas, até chegar a uma formulação base, que é o carro chefe do instituto. Já produzo industrialmente. São 250 toneladas por mês só de produtos para cabelos crespos e ondulados.”

E 12 salões, em três estados, que atendem quase 90 mil clientes por mês. “Nunca pensei que eu ia atender essa quantidade de pessoas. Levantar a autoestima das pessoas que precisam tanto. Porque o cabelo na mulher é tudo”, define Zica.

Para abrir o primeiro salão, o marido vendeu seu único bem: um fusca. E o produto inovador descoberto por Zica tomou a dimensão de rede por causa da inovação administrativa pensada pela sócia, a empresária Leila Welez. A lição que ela trouxe da rede de lanchonetes onde trabalhou.

“A gente queria transformar aquele conceito de dividir o serviço em etapas, e fazer com que cada etapa fosse realizada por um especialista, em um negócio adaptado para beleza”, conta.

A linha de montagem adaptada ao salão de beleza deu tão certo que Leila foi fazer faculdade e se especializou em estratégia para dar conta do crescimento.

“O empreendedor é uma pessoa muito apaixonada pelo negócio que ele faz. E como ele é apaixonado, ele quer sempre estar melhorando, e para ele poder melhorar. Ele tem que se capacitar, tem que sair um pouco da zona de conforto dele”, comenta Natasha Hazan, diretora de Expansão e Novos Negócios da Endeavor.

“Não tem limite”, afirma Leila. “O potencial é o limite que você dá para o seu sonho. Então eu acho que sonhar pequeno ou sonhar grande dá o mesmo trabalho. Eu tenho certeza que a gente está só no começo da estrada.”

1 Comentários:

Às 16 de janeiro de 2012 às 08:57 , Blogger Vó Olga disse...

Boa tarde! Tenho muito interesse nesse produto criado pela Zica, será que há alguma forma de contato com ela? Obrigada, Olga Maria

 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial